Sábado (16/05) foi dia de fazer os 600 Km do Randonneurs Lapa, o último para fechar a série. Sexta a noite peguei uma carona com o Fábio Meglin (valeu parceiro) e chegamos a Lapa lá pelas 21 horas, fomos jantar e ele foi para o hotel e eu para a casa do João/Manu/Celinha Saboia, dormi lá no 200 e 400 e agora no 600, muito obrigado por me acolher!
Eu estava preocupado, pois na segunda e terça que antecederam a prova eu fiquei muito doente, uma gripe muito forte e não estava me sentindo 100%, mas fui mesmo assim, tomando anti-inflamatório e remédio para dor. Escreverei por PC's para facilitar.
Largamos em 11 pessoas as 4 da matina da rodoviária, bastante frio. Segui com o Lucas até o primeiro PC localizado em Rio Negro (51,81 KM), o mesmo do 300, lá estava o Douglas Kawano para anotar os horários que chegamos. Saímos sentido ao próximo PC, em Palmeira (+ 102,29 KM), já havíamos passado por lá no 400. Eu estava meio mal, comi lá no posto e tudo melhorou. Saímos em direção à Irati, a estrada é boa até lá, com pouco movimento, pedalamos uns 50 KM e paramos no Anila (restaurante) e comemos uma torta, a minha foi de prestígio e estava demais!!! Daí pra frente o Luiz Chagas seguiu conosco. Seguimos pedalando juntos, conversando sobre muita coisa, chegamos a um pedágio que não lembro qual era e começou a chover (o que seria uma constante no pedal). Coloquei minhas roupas de chuva e bora. Uns 30 minutos de garoa, anoiteceu e daí até Guarapuava chuva grossa mesmo, mas fomos seguindo. Paramos no SAU que antecedia a subida da serra de Guarapuava para um café e começamos a subir. Aliás, subidas não faltaram, não sei da altimetria mais deu mais de 5.000 metros acumulados. Pensem, movimento de caminhões pesados, carros ultrapassando os caminhões pesados, acostamento curto, viadutos sem acostamento e com tudo isso chovendo pra caralho! Sério, tratando de pedais foi a coisa mais insana que fiz. Teve uma hora que um caminhão passou tão perto da gente que "gelamos", foi foda. No final da subida encontramos o Rodyer (já estava voltando) e ele disse que estava foda, o acostamento era ruim e sujo. Enfim chegamos ao Posto Panorâmico (+ 169,81 KM) e, posso falar por todos, chegamos deprimidos. Encharcados, com muito frio e fome, eu tremia e minha cabeça estava a milhão, pensando na clássica "o que estou fazendo aqui". Nessa hora eu pensei seriamente em desistir. Comemos, fomos ao banheiro, secamos as roupas, pedimos jornais e forramos os corpos, foi o que nos salvou. Começamos a raciocinar melhor, pensamos em dormir em Guarapuava mas a chuva havia parado e decidimos ir dormir em Prudentópolis (como planejado). Seguimos aquecidos pelos jornais no corpo, até suando, melhor assim do que passando frio. Descer a serra foi uma maravilha, o movimento havia diminuído. Chegamos 2 da manhã ao Hotel Elite (recomendo), fomos super bem atendidos e dormimos 4 horas. Como foi bom tomar um banho e dormir numa cama! Acordamos, tomamos café da manhã e saímos 7:20, tarde e obviamente tivemos que "socar a bota" para chegar ao outro PC a tempo. Saímos de Prudentópolis o tempo estava úmido, 2 horas depois já estávamos molhados novamente. Seguimos pedalando forte, numa descida furou o pneu do Lucas, trocamos e o ritmo diminuiu um pouco, eu estava com medo que não desse tempo. Numa outra descida eu olhei para trás e o Lucas estava bem longe, avisei o Chagas para ele diminuir, ele falou "que?" e eu disse para ele seguir, olhei para trás novamente e quando voltei para frente o Chagas havia freiado, resultado: consegui jogar para a grama, o tombo não foi tão feio, o meu guidom entortou um pouco e o freio da frente quebrou, segui só com o detrás.
Depois de pedalar um monte chegamos finalmente ao Posto Panorâmico de Vila Velha (+ 174,90 KM) faltando pouco tempo para "fechar", encontramos o Fábio, Ronildo e Edmilson lá, conversamos um pouco sobre as loucuras do pedal e acabei seguindo com eles, Lucas e o Chagas ficaram no Panorâmico mais um tempo. Ressalva ao Edmilson que fez boa parte do pedal com o câmbio da frente quebrado e teve que rodar na 'coroinha'.
Passamos por Witmarsum e chegamos a estrada que liga Palmeira a Lapa, nessa hora o Lucas juntou-se a nós e seguimos em cinco. Foi ótimo passar por este trecho de dia, no 400 já estava escuro e foi terrível. A chuva caía mais nessa hora nada mais incomodava. Fomos conversando e logo chegamos a casa do João (+ 102, 03 KM), não sei que horas eram, umas 18 e pouco, pouco importava, chegamos no horário!!! Eu nem acreditava que havia conseguido, até um tempo atrás eu achava uma coisa muito distante.
Outra ressalva para o Luiz Chagas, ele chegou uma meia hora depois, crente que havia passado do horário e não, o cara chegou no horário de homologar e ficou super feliz!
Uma pena eu não ter podido tomar uma cerveja (como sempre faço) depois do pedal por conta do remédio.
Agradeço a todos os amigos que fiz ao longo desta série, todas as conversas, risadas, caronas, pedaladas, dores, enfim, foi do caralho, valeu mesmo! E que venha o próximo ano, Lapa!
* as fotos ficaram péssimas por que são do meu celular.
Foto da largada por Manu Saboia
Primeiro PC
Amanhecer de sábado, única hora que parecia que ia dar sol
Lucas na Ponte
Café para esquentar
Estrada massa!!!
Torta de prestígio, animal
Última hora antes de chover em sentido Guarapuava
No hotel em Prudentópolis, saco de lixo é o canal
parabens, isso ae é pra quem tem bolas de aço
ResponderExcluirParabéns, por que pedalar no Barigui é fácil. Difícil é fazer 600 km com chuva e chegar dentro do tempo!
ResponderExcluirValeu Mildo e Renato!
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