21 de set. de 2015

Paris Brest Paris

    
    Paris Brest Paris... nem sei por onde começar! Desde que iniciei nessa modalidade viciante de ciclismo, foram 3 anos se preparando e sonhando em participar desse evento centenário! E de repente eu estava lá, com outros 6.000 e tantos ciclistas de todo o mundo pronto para iniciar essa jornada. Vou escrever por partes, para facilitar a vida de quem for ler.

    A viagem de ida
    Saí no dia 12 de Agosto para chegar no dia 13 no Charles de Gaule. Desde o começo do ano procurei no Warm Showers pessoas que pudessem me receber. Para quem não sabe, o Warm Showers é um site que reúne pessoas que estão dispostas a receber e serem recebidas por ciclistas viajantes de todo o mundo. Entrei em contato com várias pessoas e muitos estariam viajando nessa data, pois é período de férias na Europa, eis que entrei em contato com Nicolas Cureau, um francês que reside em Guyancourt (próximo a largada), uma cidade ao sul de Paris e ele me disse que também estava na preparação do PBP e poderia me hospedar nesse período!!! Uhul! Além de mim ele hospedou um francês do norte chamado Mathieu, cara gente boníssima. Quando cheguei ao CDG peguei minhas bagagens (uma com roupas, cacarecos e a outra era a bicicleta desmontada) e já tive que me virar: peguei um trem em direção à Saint-Rémy-lés-Chevreuse, o que já foi meio difícil, perguntei em inglês a algumas pessoas como comprar o ticket e elas não souberam como me explicar (realmente não falavam inglês), esperei um funcionário e deu tudo certo, 17,10 Euros. O Aeroporto é longe da cidade, o trem simplesmente levou 1:30 e eu atravessei a linha toda! Na estação final reconheci Nicolas e definitivamente meu 'inglês' seria colocado a prova, não sei falar nada de francês (aprendi algumas coisas com a Nieli) e fomos conversando no trajeto, eu estava meio nervoso mas logo me acalmaria.
 
    Guyancourt
    É uma pequena cidade ao sul de Paris, com 20 mil habitantes e muito bem organizada. Chegamos a Guyancourt, na casa de Nicolas, um lugar bem agradável e ficamos conversando sobre o  PBP, ele também estava super empolgado com o evento. Fomos comprar uma comidas no mercado, gastei pouco e comprei muito, inclusive comprei um pack de Leffe com 12 cervejas por 10 Euros!!! Uma garrafa dessa não sai por menos de 30 pilas aqui no Brasil. Nesse dia fiquei em Guyancourt conversando com Nicolas e seu colega de casa, o Aurélien, que é viciado em futebol. No outro dia de manhã chegou o Mathieu, francês de Lille, norte da França, cara super gente boa e que também iria participar do PBP. A tarde fui turistar em Paris, conhecer a torre Eiffel, Trocadero, Arco do Triunfo, Versalhes, etc., tudo a pé e de metrô, fácil e rápido. Muito legal a cidade de Paris.

    Vistoria 15/08
    A minha vistoria estava marcada para as 16 horas mas fomos antes pois a do Nicolas era as 13. Saímos de sua casa e 20 minutos depois já estávamos no Velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines, o caminho, ciclofaixa, ciclistas parando nos sinais vermelhos, uma educação tremenda dos motoristas, fiquei impressionado. O nome da prova é Paris Brest Paris mas a largada acontece em SQY por questões de segurança e trânsito, antigamente a saída era de Paris. O local da vistoria/saída/largada é o monumental velódromo de SQY, a seleção da França treina lá. Encontrei vários camaradas de Curitiba e do Brasil, fizemos umas fotos, conversei, comi o tal do Paris Brest (doce bem gostoso) e fui fazer a vistoria. A equipe dos organizadores olha sua bike e lanternas traseiras e dianteiras, faróis, etc e dentro do velódromo cada um retirava seu kit (placa de identificação, jersey, colete reflexivo entre outros itens), fora do kit eu peguei uma medalha de SR 2015 e uma camiseta. Voltamos para Guyancourt e agora a expectativa era toda para a largada. Tomei umas beras e fui dormir cedo.

    A largada 16/08
    Enfim chegou o dia da largada! Eu estava bem tranquilo em casa, o que mudaria depois. Comemos uma massa, arrumamos as bikes e seguimos eu, Nicolas e Mathieu para o Velódromo. Quando chegamos lá, meu caneco, eu nunca tinha visto tanto ciclista junto!!! Tandens (inclusive uma tripla), Trikes, Fixas, Singles, Handbikes, uns veículos que parecem carros mas são movidos a pedal e uma galera num negócio que parece um patinete e você tipo caminha e ele se move. A média de idade do PBP é de 50 anos ou seja, não existe limite para se pedalar. Um ciclista me chamou a atenção: ele não tinha um dos braços e uma das pernas (ele finalizou). Eram três categorias de largada: 80 horas, 84 horas e 90 horas, essas, subdivididas em vários grupos, o meu por exemplo era o J, o meu código era o Joo2, minha largada foi as 18 horas junto com os camaradas do Brasil. O legal é que o sol se poem próximo as 21 horas no verão, então deu pra pedalar bastante com sol! Nessa hora eu estava com vontade de vomitar, eu queria que largasse o mais rápido possível para acabar com a ansiedade. Eis que chegou a hora, eu não conseguia em pensar em nada, aí, escutei o sino e fui junto com cerca de 300 ciclistas, as pessoas aplaudiam e gritavam coisas em francês, o que seria uma constância em TODO o pedal. Meu medo na largada era que furasse um pneu meu, na largada não mas no decorrer tive problemas com furos.                    

    A prova/Ida a Brest
    No começo loucura: andando a uns 30 de média uns bons 30 km, empolgado com o ritmo do início, aí a adrenalina começou a baixar e começo pedalar no meu ritmo. No começo ainda estava com os piás de Curitiba, depois me distanciei, nesse randonneur eu queria fazer o meu pedal e ir "sozinho" (sozinho NUNCA  se estava na estrada), digo, queria fazer o meu ritmo, se furasse pneu eu pararia sozinho, se tivesse sono, ou um problema mecânico eu pararia e resolveria, foi o que aconteceu durante a prova. Claro, encontrei e conversei com pessoas e fiz algumas pernas com pessoas de diversos lugares do mundo mas em geral sozinho. Voltando ao pedal, toda a prova era bem sinalizada com placas indicativas para Brest na ida e Paris na volta - tudo muito organizado, com + ou - 50 KM numa curva vi a placa mas resolvi seguir um chinês de GPS, ele disse "Follow me", beleza, bora. Eis que 9 KM depois não via ninguém a frente e ninguém atrás vi uma placa indicando a próxima cidade e vi que estava errado!!! Voltei com sangue nos olhos, encontrei o chinês e questionei-o sobre o erro, ele pediu desculpas, disse que o GPS mandou ele para o lado errado, eu pedi desculpas, ele aceitou e tudo bem, mas continuei num ritmo pesado para compensar o tempo perdido. Antes do 1º PC havia uma parada com 140 KM para comer chamada Mortagne-au-Perche (140.00 KM), parei tomei uma Coca e parti, claro, paisagens lindas no caminho! Cheguei ao PC 1 Villaines-la-Juhel (220.00 KM), cheio de ciclistas, achei que ia ter problemas com filas mas não, fui carimbar o meu passaporte, comi algumas coisas e fui embora.
    A partir daqui não lembro de muuuita coisa do pedal, eu ia pedalando e aproveitando o pedal e as paisagens. Sentido ao PC, entrei num pelotão e fui embora, faltando uns 10 KM para o para chegar meu pneu da frente furou. Parei, troquei tranquilamente, em 14 minutos. Cheguei ao 2º PC Fougeres (310 KM). O frio foi um incômodo na madrugada, o que aumentou o sono (uma vontade absurda de dormir) ali no PC, talvez por conta do fuso horário, estava "na hora" de dormir. Mandei dois cafés pra mente e fiquei bem. Nesse trecho a noite praticamente segui sozinho. Nessas horas eu quase não pensava, concentrava-me em chegar no próximo PC. 
    A ida para o 3º PC já estava de dia e foi mais tranquila, o sono já havia passado e claro, pessoas oferecendo comida, café e gritando allez!!! Cheguei a Tinteniac (3º PC, 363.00 KM) e não me demorei muito, carimbo, comer e tchau. Na verdade eu me enrolei em todos os PC's, incrível como eu perdia tempo "viajando" nos locais. Uma galera parou para dormir ali, eu resolvi seguir.
    A partir de agora vejo muita gente dormindo nas beiras da estrada, passei por Quedillac, que era ponto de comida, segui para o PC 4 (Loudeac, 448.00 KM) e vi que estava com um problema: não sei porque cargas d'agua eu saí para o PBP com míseros 60 Euros! Achei que ia sobreviver com esse dinheiro, mas estava acabando. Encontrei o Mathieu e pedi para ele emprestado 50 Euros, ele me emprestou de boa. Comi comida de verdade (o que faz uma diferença) e não lanche e segui, o sono estava pegando mas resolvi seguir. Nessa perna tive mais um furo na frente, 13 minutos para trocar dessa vez. Nesse PC minha bunda começou a dar indícios de que ia assar, mas continuei. A próxima parada foi em S' Nicolas-du-Pelem (493.KM), que era ponto de comida e dormir, meu caneco, ali tive que dormir, 1 hora de sono e acordei bem para continuar. Antes de chegar ao próximo PC (526.00 KM) em Carhaix Plouguer, conheci o Rafael Castro, de Porto Alegre e fomos pedalando juntos até o PC. A essa altura minha bunda estava ficando pior, e ele me recomendou comprar um creme para tentar tratar o machucado, 18 Euros, adiantou bastante mas novamente vi que o dinheiro que eu tinha não a dar para o resto da ´prova. Ele me emprestou 50 Euros e aí sim até o final da prova eu teria dinheiro suficiente para finalizar a prova, rs. Estava de madrugada e frio pra caramba, o que aumentava a vontade de dormir, dormimos durante 40 minutos no chão do PC e seguimos, muuito frio, antes peguei um jornal velho que encontrei e coloquei no peito, me ajudou bastante a aguentar o frio, acho que estava entre 5 e 10 Graus. Essa perna foi pesada, teve uma subida que parecia de serra, subiu, subiu, subiu e quando acabou já estava amanhecendo e uma paisagem absurda! Parecia que estávamos acima das nuvens. Mesmo depois de amanhecer o frio continuou pesado. Parei pra comer alguma coisa e tomar um café numa cidade maneira que não lembro o nome e continuei. Parece que nunca chegava, subidas e descidas atrás de subidas e descidas quando, finalmente uma placa indicando Brest! A ponte que dá em Brest é uma coisa estupenda!! Tem uma passagem para pedestres e outra para os autos, gigante. Depois de uma subida lazarenta  e  algum tempo depois finalmente o PC de Brest!!! (KM 618.00). Cheguei lá, troquei de Jersey e meia, comi, mandei uma foto para o Facebook (para a família, namorada e amigos saberem que estava vivo e dei uma carregada no Celular. Lá não encontrei o Rafael Castro (fiquei sabendo quando fui paga-lo depois que ele caiu, mas nada grave) e nem ninguém do Brasil. Fiquei mais ou menos uma hora e meia por lá, alongando, descansando, passei o creme nas assaduras, comi um lanche e depois vazei. 

    A volta a Paris
    Na volta realmente não lembro de muita coisa, então tentarei ser sucinto e direto nas coisas mais relevantes. Outra coisa, tirei algumas fotos na ida mas na volta tirei apenas duas fotos! O celular estava sempre com a bateria acabando. As assaduras ficaram piores no trecho até o próximo PC, simplesmente não conseguia sentar a parte esquerda no selim, uma dor incrível. Uma hora alcancei o Leônidas no caminho e pedi para que ele parasse um pouco comigo pois precisava de uma chave para mudar o selim, já que meu kit de chaves havia caído em algum lugar. Tentei ver se conseguia pedalar com o selim ao contrário (aff), claro que não deu certo então segui até Carhaix- Plouguer (734.00 KM) pedalando de pé, o que é um saco. Lá fui ao médico (todos os PC's tinham médico), uma mulher super gente boa me atendeu, fez um curativo e disse que era isso que podia fazer por mim. Agradeci e resolvi fazer mais um teste, colocar o selim um pouco para o lado esquerdo, assim poderia pedalar sentado com a parte direita, o que deu certo!!! Continuei até o final da prova pedalando de lado (e totalmente errado). Saí do PC e 2 minutos depois furou o pneu, agora traseiro. Troquei (14 minutos) e segui. Detalhe: um cara parou para me ajudar, me emprestou a bomba e ficou trocando ideia, ficou de cara de eu ser do Brasil. Mais pra frente meu bagageiro traseiro quebrou, ainda dava pra continuar com ele mas resolvi jogar fora e carregar a bolsa que levava nas costas, aproveitei e joguei um monte de coisa que estava fazendo peso.
   Já havia escurecido e a próxima parada foi no controle de S' Nicolas-du-Pelem (774.00 KM) que como na ida a Brest era só para comida e dormir, estava com sono mas segui caminho, encontrei o Trevisan e o Maico e segui com eles para o PC de Loudeac (780.00 KM), lá encontrei a Patrícia e o Maury, amigos brasileiros, eles me emprestaram uma câmara reserva pois só tinha mais duas (obrigado!!!). Eles infelizmente tiveram que parar o pedal, mas continuaram pedalando fora da prova, muito massa. Segui até o próximo ponto de comida em Quedillac (839.00 KM) e vi vários brasileiros por lá, inclusive reencontrei o Trevisa e o Maico. Já era de madrugada e é claro frio pra caramba, lá resolvi dormir 1:30, acordei, comemos um lanche e saí um pouco antes deles pois estava preocupado com meu desempenho por conta da assadura. Novamente quando saí do PC furou um pneu, traseiro, 20 minutos para trocar (beeeem tranquilamente) e resolvi tirar a fita antifuro e resolveu tudo, não furou mais. 4 furos!!! Inadmissível isso com pneus bons e com ótimo asfalto.
    Enfim, estava seguindo meu caminho sentido a  Tinteneac (865.00 KM), lembro que estava bem cansado mas pedalando no meu ritmo, aí passei um cara numa subida, ele era francês, aí o cara chegou do meu lado e perguntou se eu era brasileiro, falei que sim, aí ele perguntou se eu era o Thiago de Curitiba - COMO ASSIM? Enfim, quando estava procurando alguém que pudesse me receber pelo Warm Showers falei com um cara chamado Nicolas B, (não é o mesmo que me recebeu) só que ele não estaria na cidade quando eu chegasse então não rolou ficar na casa dele. Caramba, tanta gente para eu encontrar, justamente o cara! Foi muito legal, seguimos até Tinteneac trocando umas ideias e dando risada do encontro maluco. Depois cada um seguiu caminho. 
Sei que cheguei a Fougeres (915.00 KM), de dia, carimbei, comi e vazei, simplesmente pedalei para o próximo PC, que era Villaines-la-Juhel (1008.00 KM), encontrei o Leônidas lá, ele estava meio acelerado, rs, e disse que ia seguir já. Eu fiquei uns 40 minutos lá. O povo da regão estava super animado, batiam palmas, tinha um microfone lá e cada ciclista que passava para sair do PC mandava uma mensagem, eu mandei um "the french people is very cool, thanks!!!", haha, e a moça traduziu para o francês, a galera delirou, animal! Aí saí do PC, de novo furo na frente, troquei, tirei a fita e finalmente até o final não furou mais. Alguns KM a frente que me dei conta, que o 'resto' da prova seria novidade em questão de quilometragem, pois a maior distância que fiz havia sido no 1000 de Floripa.
Na ida, Mortagne-au-Perche (1089.00 KM) era ponto de comida, agora era PC e assim como na ida, carimbei e vazei rápido, já estava escuro e não queria ficar lá se não ia dormir. Nessa perna fui com um pelotão uns 20 minutos, daí a galera parou e eu segui com um russo ao meu lado, guinado o vácuo, seguimos uns 40 minutos com ele na frente e de repente o cara ficou puto que ninguém ia na frente, ele falou comigo em russo (haha) e eu falei que não dava nada e que não ficasse de cara. Fomos conversando um pouco e disse tchau pra ele, fui mais devagar. Depois conheci um cara um chileno radicado na Suécia, seu nome era Gustav, o cara também era artista e nas antigas fazia graffiti, fomos trocando várias ideias. Numa subida, vi uma bandeira na bike do Brasil, era do camarada Luiz Padilha, porra, como foi bom naquele momento encontrar um conhecido! Fiquei feliz em saber que ele e Perinazzo (camarada dos pedais também) continuaram. Seguimos juntos até Dreux (1166.00 KM), meu caneco, eu estava morrendo de sono. Decidi dormir ali junto com eles, deitei no chão, sei que fechei os olhos e apaguei, dormimos acho que 1 hora, foi ótimo para continuar o final da prova. Acordamos, claro, frio pra cacete e partimos. Decidi seguir meu ritmo (estava um pouco mais rápido que eles) e eu fui no automático, nesse final o asfalto era meio rugoso e parecia que o pneu estava furado, mas não estava, haha. Começou uma garoa, de boa eu pensei, estava no final, faltavam uns 25 KM. Aí a estrada, que era um plano virou uma piramba lazarenta de inclinada e claro, a garoa virou uma chuva pesada e claro, frio. Já nem pensava em nada, só em chegar e tomar uma cerveja e dormir. Entrando na cidade Montigny-le-Bretonneux encontrei uns brasileiros, eles estavam apostando corrida com uns gringos e passaram por mim, depois de uma estradinha maneira, finalmente a chegada ao Velódromo (1231 KM)!!! Chovendo pacas e as pessoas ali, batendo palmas, tirando fotos, dando aquele último incentivo. Cheguei, carimbei o passaporte, abraços e fotos com os amigos brasileiros, fui dar uma dormida, enquanto esperava o Mathieu chegar para irmos embora, acordei com o Perina me 'chutando', ele falou comigo, cara, eu não sabia de nada, rs, tipo estava em outro lugar, aí retomei o raciocínio, Mathieu chegou, Nicolas foi nos buscar de carro e fomos embora. Tomamos uma bera, comemos uma massa e acordei só no outro dia, dormi acho que umas 20 horas seguidas. Depois foi turistar pela cidade!!! Assim acaba meu relato sobre o PBP!!! Au revoir!           
   
Considerações sobre a prova
Uma coisa que me deixou meio chateado foi não ter visto o tal do farol de Brest, tipo a parada está na logo, camiseta, publicidade e o PC não passa nem perto; 
A respeito da organização, tratando de mais de 6000 ciclistas juntos, não vi grandes problemas, um PC ou outro estava cheio e demorava para comprar/comer, tudo que precisei (médico, banheiro, comida informações, etc.) foi suprido nos PC's;
Saber falar (ou decorar algumas frases) ao menos um pouco de francês ajuda bastante, principalmente na estrada e nas cidades, onde dificilmente as pessoas falam inglês; 
Aconteceram alguns acidentes durante a prova, a maioria relacionados ao sono, não vi nenhum acidente mas o que sei é que a organização cuidou muito bem dessas pessoas, motos passavam sempre indo e vindo verificando se estava tudo ok;
Randonneur é cicloturismo? também, mas não confundir com passeio no parque. A prova exige muito do ciclista, não é um trajeto fácil, é necessário uma grande preparação;
O asfalto era um tapete na maioria do trajeto, muito bom mesmo;
O  trajeto, quase  todo feito por estradas secundárias dava mais confiança para se pedalar durante o dia e principalmente na madrugada; 
O respeito dos motoristas chega a ser 'irritante', eles só passam quando dá, se não dá, eles ficam lá trás;
Nunca menospreze as estradas;
O trajeto é muito bonito!!!   

Randonneurs Lapa
O DAP (do atlântico ao pacífico) que também organiza provas de randonnee fez a cobertura total dos brasileiros no evento, quem quiser saber mais informações sobre o PBP 2015 e outras edições só chegar aqui:
http://doatlanticoaopacifico.com/archives/category/randonnee 


Listo aqui alguns erros e acertos que tive na prova, talvez para quem quiser participar futuramente

Acertos
Seguir sempre no meu ritmo;
Seguir junto em pelotões com o mesmo ritmo;
Seguir sempre de PC em PC e não pensando na prova toda;
Conversar com muitos ciclistas durante a prova;
Dormir quando senti necessidade; 
Parar para conversar com pessoas locais no caminho;
Não ficar pensando na prova ou dificuldades, deixar a cabeça vazia principalmente na madrugada e/ou frio, simplesmente pedalar;
Estar com psicológico em ótimo estado;
Me divertir durante a prova.

Erros
Levar pouco dinheiro para a prova, tive que emprestar de amigos durante a prova (já paguei!)
Mesmo com pneus bons tive cinco furos (dois na ida e três na volta) por causa da fitas anti furo, quando tirei parou, diga não a essas fitas!;
Ficar tempo demais nos PC's. Eu ficava lá batendo papo e perdia muito tempo; 
Eu tive novamente problemas com assaduras (havia tido no 1000 de Floripa), não sei ainda qual é o erro mas pode ser a falta de um bike fit, selim ou bermuda. Ou a falta de um banho durante a prova, rs;
Tirar poucas fotos no percurso.    

Agradecimentos
Gostaria de agradecer algumas pessoas, sem ordem de importância e sem palavras de porquê e tal, todos foram importantes para que eu conseguisse ir para lá e finalizasse a prova    
A minha família (Mãe, Thais, Thomas, tia Sônia); 
A Evandro Bonatto e Márcia Bonatto (que também são família);
A Nieli Proença e Eliana Proença(que também são família);
A todos do Curitiba Messenger; 
Aos amigos do Randonneurs Lapa;
Ao Puma da Veloclub;
Ao Nicolas Cureau;
Ao Guilherme Akio;
Ao Ramon Souto;
A todos que adquiriram um spokecard nas corridas do Cwbmess.
A todos que pedalei nem que por um pouquinho na prova;
Ao povo francês.

Seguem algumas fotos não tratadas


                                                                    Eu e Mathieu na vistoria 


                                                                             Leffe é vida

                                                                       Café das manhãs 

         Representando os parceiros do Cwbmess                                                                

Velódromo impecável

Os caras pegavam uma puta velocidade nesses negócios!!!

Velódromo de SQY                                                               


                                          Galera de Curitiba                                                 

Eu e o parceiro Leônidas 

Se liga na peita do cara, é mole?

Minha bike pronta para o pedal



Os parças Nicolas e Mathieu, os caras são altos lá

Eu na largada

A largada


Eu e o pai do Aurélien, gente boa!

Campo é o que mais se via 

 Em algum lugar na ida

Ótimas estradas!!! 

Campos e campos 


Cidade, não sei qual, mas todas eram lindas


Em algum lugar pegando um café. Se liga na zona

Se liga na faixa, 13º, esse é o 18º!!! Muito massa

Olha que legal a bike!!! E lá atrás um castelo

Em algum PC, (voto na volta) 

 As estradas todas assim, de repente uma cidadezinha massa!

Em algum PC, várias pessoas com esse negócio

 Em algum PC a noite, a galera já dormindo na mesa e no chão

Queijo Brie, bom pra caramba!!! (foto da volta)

Aqui depois da subida que falo no relato, animal! 

 Parei pra tomar um café aqui, frioooo


A ponte para Brest, incrível!!!

Essa água deve ser um gelo, é litoral mas não é roteiro de praia para eles 


ANIMAL

Eu com cara de cansado na chegada ao Velódromo

 Podre!!!


Tá aí a altimetria da parada. Valeu cada momento! 

Propaganda na cidade

Au revoir Paris! Junto com um camarada courier que conheci lá


6 comentários:

  1. KCT! pedal de 4 digitos em alto estilo... não tem nem o que dizer... simplesmente DUKA! PARABÉNS pela prova de superação e resistencia.

    JOPZ

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  2. Pô, massa pacas, hein? Parabéns pela determinação.

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  5. Muito bom Thiago, parabéns pela conquista!!

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  6. Parabéns Thiago!! Simplesmente sensacional.

    Abraço

    Luiz

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